Resumo

Aqui vou tentar delinear um pouco do que me levou de um ser vivente a um profissional na área de tecnologia focado em programação. Pretendo somente expor os fatos relevantes à trajetória profissional sob a perspectiva que melhor explica o porquê o Excel, VBA e programação se tornaram algo tão importante para mim ao ponto de por mais de 20 anos continuarem fazendo parte da minha vida pesssoal e profissional

Desde 1998 venho me especializando em todo tipo de tecnologia focada na criação de ferramentas para acelerar, melhorar e tornar a vida de um profissional mais produtiva, algo que se tornou uma paixão desde o primeiro contato.

A frase acima é bem papo de LinkedIn. O fato é que sempre gostei de fazer isso, e isso é o importante.

Entre tantas tecnologias, uma se destacou e vem me acompanhando em todas minha transições profissionais. O Excel, sempre seguido de perto pelo VBA. Mesmo tendo passado por algumas áreas do conhecimento do mercado bem heterogêneas (manutenção, instrumentação industrial, metrologia, qualidade e redes de computares), o Excel mostrou-se útil em todas elas, das mais diversas formas. O impacto profissional que a ferramenta causou foi tão importante para mim que, mesmo tendo mudado para o ramo de programação de software, a ferramenta nunca deixou de me acompanhar. O resultado é tudo o que vocês podem ver aqui, no blog, no fórum, no Youtube e, quem sabe no futuro, em livros.

Penso que isso já seja suficiente para explicar porque falo tanto sobre eles em todos os lugares. Mas, se você é curioso (e não te culpo, já que eu também sou) e quiser saber mais detalhes sobre isso, continue lendo…

Um pouco de história

Comecei um pouco tarde no mundo da tecnologia, pelo menos profissionalmente. Quando tinha uns 14 anos, e ainda comecei um membro da família era aficcionado por computadores e foi através dele que tive o primeiro contato com um. Comprar um, nem pensar! Era algo longe da realidade da minha família na época.

Não fazia ideia do propósito daquele “treco” a não ser para jogos, que era basicamente o que ele fazia na maior parte do tempo que tinha a chance de estar na frente de um. Por alguns anos, para mim, um computador não era nada mais do que um vídeo game que rodava jogos que normalmente eu jogava usando um teclado ao invés de um joystick.

Criei calos nas mãos de tanto usar esses dois caras aí em cima.

Ter contato com um PC não era nem um privilégio na empresa, já que trabalhava na manutenção.

A coisa mudou nos idos de 1998, quando depois de ter arrumado meu primeiro emprego como técnico foi possível dar entrada no meu primeiro computador, um iMac Ruby, essa belezinha ai embaixo.

Era lindo, mas ordinário. O mouse de um só botão não tinha explicação lógica para existir

Não me culpem, foi meu primeiro contato oficial com tecnologia. Ele rodava Mac OS 9, sim, nem era o X ainda, que veio bem depois.

Sim, essa coisa tinha até Excel

Era bacana apesar dos seus 96MB de ram e processador G3. Para quem não sabe, ele usava a arquitetura RISC (PowerPC), que era diferente dos processadores Intel que usavam CISC. Você ouvirá muita gente saudosista dizendo que era a melhor coisa do mundo, mas quem manda é o mercado e o resultado, bem, agora Macs utilizam processadores Intel.

Foi o começo. Nisso eu já tinha meus 18 anos (eu disse que tinha começado tarde). Daí pra frente minha vida com tecnologia foi só morro acima. Não demorou muito e migrei para o mundo Windows, já que no ambiente corporativo ele era a opção inquestionável. Daí foi só Windows, Redes e claro, o Office. Você pode até gostar muito do Word e PowerPoint, ou até achar que o Access é muito mais sério. Mas brilho nos olhos, esse só o Excel consegue trazer.

Ladeira acima!

Depois que o Excel vira seu parceiro, seu papel na empresa muda de figura. Minha experiência é focada em pequenas empresas, onde acredito que ele faça mais a diferença. É incrivel como os colegas de trabalho passam a te olhar diferente quando você vira um ás do PROCV e estende isso para alguns forms de VBA. Eu fiz mais planilhas automatizadas do que consigo lembrar, algumas com estripulias que me assustariam se as visse hoje.

Cada planilha teve seu papel, algumas por si só, outras integrando com HTML para produzir CDs multimídia que seriam entregues a clientes. Boa parte dos controles já rodavam em Excel armazenando as coisas mais importantes num banco de dados central.

Tudo girava em torno dele e do que ele pudesse alcançar.

Mas calma, nada disso veio de graça. Houve muito do meu investimento para que tudo isso pudesse acontecer. A paixão foi apenas a força motriz que me deu energia para fazer acontecer.

Estudar, estudar, estudar

Sim, estudei. Não me atrevo a dizer que foi “muito”, já que muito não é algo que dê pra calcular. O que posso dizer, que, numa rotina na qual meu dia começava umas 7:30 da manhã, eu chegava entre 30 a 40 minutos antes na empresa só para poder usar esse tempo para fazer cursos online. E fiz, vários! Mesmo numa época que sites de streaming de vídeos como o Youtube fossem raros ou inexistentes, o WebAula, que na época estava iniciando e era gratuito, fez minha alegria. Todos os cursos disponíveis, eu fiz, de tudo! Word, Excel, PowerPoint, Access, Project, HTML, Lógica de Programação, etc.

Também recorri a alguns livros e fóruns. O maior de todos era o fórum do Júlio Battisti (que saiu do ar por problemas técnicos segundo o autor). Ao Júlio eu devo muito. Ele não só me deu uma chance de aprender, mas também de colaborar com outras pessoas. Lá, eu aprendi a ajudar e praticamente, a ensinar. O site do Júlio também me deu meu primeiro grande curso em livro. Foi no site do Júlio também que publiquei o primeiro dos meus artigos, que depois foi parar no site Linha de Código e depois na revista Fórum Access.

Outras inspirações foram Robert Martin, com que tive o prazer de ter contato direto por um tempo e também o Ricardo Horta, cujo site me inspirou profundamente na maneira como produzo conteúdo hoje (outro que saiu do ar infelizmente por problemas técnicos).

Foi uma boa parte da minha história com o Excel e a comunidade.

O vôo solo

Em paralelo a esse mundo mágico de fórmulas e macros, a vida me levou a paixão por programação. VBA era minha escolha definitiva. Ele estava ali, prontinho para ser usado.

Depois que iniciei a graduação em Ciências da Computação, a universidade “fez descer” a linguagem C goela abaixo. Depois C++. Depois veio Java e antes que ele me dominasse, a Microsoft lançou o C# e, com ele, a avalanche da Web, tanto que este é meu ramo de especialidade até hoje (ou pelo menos quando escrevo este artigo). Minha profissão oficial é ser um especialista em Microsoft .NET para Web e integração de sistemas.

De posse do conhecimento sobre desenvolvimento Web, nada mais óbvio do que criar minha própria rede de sites para publicar meus conteúdos. Disso nasceu o que vocês conhecem como Site (você está nele), Blog, Fórum e o Curso de C#.

Eles passaram por muitas mudanças nos últimos anos, por isso, não se assuste se encontrar referências antigas ou quebradas por aí.

A primeira versão do site tinha essa cara aí. Talento puro! Ainda está no ar num endereço “escondido” 😉

Depois disso, a carreira me levou para o lado de desenvolvimento de software para sistemas Web, o que continua até hoje.

Mas, e o Excel? E o VBA?

Como comentei no início, esses dois aí nunca saíram do meu lado. Depois de ter trabalhado e criado tanto conteúdo sobre eles, achei que não mais teria contato com o Excel e o VBA, já que o mundo da programação não dá espaço para esse tipo de ferramenta. Para minha surpresa, eu estava errado. As oportunidades em que eles brilhavam apareciam com frequência, mesmo num contexto de “alta tecnologia”. Onde muitos utilizavam scripts malucos ou mini programas de importação, transformação e automação para trabalhar seus dados e/ou códigos, o Excel basicamente tirava todas essas operações de letra.

No começo, exagerava no uso do VBA. Hoje exploro o máximo que a ferramenta tem a me oferecer antes de sair criando macros por aí. O resultado é que consegui impressionar até mesmo fervorosos usuários do editor de texto VI (ou VIM), onde teoricamente “tudo é possível” na manipulação de texto.

Repito, o Excel e o VBA nunca estiveram tão presentes na minha vida profissional como estão hoje, e isso é um diferencial enorme no dia a dia.

Finalmente…

Bem, em resumo:

  • Ainda jogo vídeo game
  • Tenho saudades do meu iMac Ruby
  • Ainda programo por profissão e nas horas vagas
  • Ainda gosto muito de compartilhar conteúdo, vide artigos no blog e mais recentemente o canal no Youtube
  • E o Excel, bem… ele nunca saiu do meu lado e ainda vejo ele ali por muito tempo.

É o que dá pra dizer por agora. Esse texto todo vai evoluir e quem sabe, virar o prólogo de um futuro livro.

Se você queria saber um pouco mais do que me trouxe até aqui, está aí. Tenha certeza de que, enquanto essa chama de que vale a pena compartilhar conteúdo estiver acesa dentro de mim, você ainda me verá produzindo muita coisa.

“Keep moving forward”

🙂