Sem querer ser tendencioso, o Jornal Nacional desta semana publicou uma série de reportagens sobre como anda a evolução da tecnologia nos dias de hoje e o impacto que isso tem causado no dia a dia do todo cidadão.
Abaixo coloco alguns pontos que me chamaram a atenção, principalmente por tratar sobre educação, aspecto que anda tão deficiente no Brasil atualmente.
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A expansão do número de computadores, que incluiu milhões de pessoas na internet, também tem reflexos diretos na educação, tanto em casa quanto na escola.
A expansão do número de computadores no Brasil, que incluiu milhões de pessoas na internet, também tem reflexos diretos na educação, tanto em casa quanto na escola. É o que mostram Flávio Fachel e Alberto Fernandez, na terceira reportagem da série que o Jornal Nacional exibe, nesta semana, sobre a tecnologia dos computadores na vida dos brasileiros.
“Quero ser piloto de avião”. “Médico”. “Veterinária”, dizem crianças.
Desejos de infância ilhados no meio do Atlântico. Para eles, faltam oportunidades nas escolas. Sempre foi difícil trazer e fixar professores do ensino médio em Fernando de Noronha. Imagine, então, manter um curso superior.
Quem pretendesse ir além do ensino médio, precisava ir rumo às universidades do continente. Ano após ano, o paraíso no meio do Atlântico via os seus jovens mais brilhantes irem embora.
É dia de despedida para Roberta Pereira. “Todo o pai tem que estar sempre com uma mala pronta dos filhos, porque de uma hora para outra eles têm que ir embora”, conta Elenilda Pereira, mãe de Roberta.
Ela vai continuar os estudos longe da família, no Recife. “Muita tristeza e saudade”, lamenta Elenilda.
Mas, no coração da ilha, os computadores ligados à internet avisam: para uma turma, o futuro pode ser em Fernando de Noronha mesmo. Eles vão ser os primeiros administradores, pedagogos e biólogos formados em Fernando de Noronha.
“Vocês não vão ter acesso aos professores. O curso vai oferecer teleconferência onde o professor vai estar ao vivo no qual você vai perguntar aqui e o professor vai responder de lá”, explica o professor.
Era tudo o que o aluno de biologia Fernando Paulo de Oliveira queria. Mergulhador experiente, acostumado a mostrar lagostas, arraias e tartarugas aos turistas, ele quer agora entender tudo o que vê no fundo do mar. Graças à Internet, o guia vai virar cientista.
– O teu horizonte ia até onde?
– Até aquela ilhota ali.
– E agora, com esse curso?
– Fica ilimitado. Jamais imaginaria chegar tão longe que hoje eu já imagino que eu possa chegar.
Em uma escola do Rio, também não há limites para a imaginação. É desde cedo que se aprende a estar no comando da tecnologia.
Aos 5 anos, aulas de robótica. O laptop se confunde com brinquedos educacionais. “Eu aprendo muita coisa”, conta uma menina.
A imagem é bonita, mas a alfabetização tecnológica ainda está longe de ser regra no Brasil. Professores da Universidade de Campinas acompanharam o desempenho de alunos do ensino fundamental e do ensino médio em escolas públicas e chegaram a uma conclusão reveladora.
“O resultado é que, independentemente da classe econômica e da série, os alunos que sempre usam o computador para fazer a lição de casa têm, em média, notas piores de alunos que nunca usam”, afirmou o professor Jacques Wainer, da Universidade de Campinas (Unicamp).
A pesquisa não diz por que isso acontece. Mas quem acompanha de perto a relação entre os jovens e os computadores tem pistas.
“Quando se fala: ‘Vamos abrir uma sala de informática’, estamos focando apenas na técnica. Desenvolver uma proposta pedagógica, desenvolver uma metodologia para o uso dessa tecnologia, capacitar continuadamente esses professores é realmente o que faz diferença”, afirma Rodrigo Baggio, do Comitê para a Democratização da Internet.
Já há quem ouse chamar lugares assim de ‘cemitérios do conhecimento’. Nas bibliotecas escolares, enciclopédias inteiras esquecidas pelos alunos. Trabalho? Só para a equipe de limpeza.
Quem tem mais de 30 anos, lembra como eram os trabalhos no tempo da escola. O professor passava o tema e os alunos vinham até as bibliotecas consultar livros para produzir as pesquisas.
Hoje, na época da internet, são raros os alunos que vêm até as estantes pra resolver o problema. Preferem usar a ponta do dedo. “Dou um Control C + Control V”, confessa a estudante.
Control C captura o texto na tela. Control V põe onde você quiser. Rápido e irresistível. São os comandos preferidos da geração ‘copia e cola’. “Não tenho o costume de ler. Não gosto e faço outra coisa”, revela a estudante.
Diga isso para a exigente professora Cláudia Afonso. No ano passado, desconfiada, ela resolveu investigar de onde teria vindo tanto conteúdo nos trabalhos de iniciação científica. Descobriu que todos os alunos usaram as tais teclas milagrosas: Control C + Control V.
“A gente fez uma contra-pesquisa na internet, buscando site por site de origem e riscando os trabalhos, dizendo: ‘Aqui está no site tal’. E demonstrei que havia ali uma cópia”, contou Cláudia Afonso.
Um trabalho copiado no colégio, outro na faculdade. A psicopedagoga Alba Maria Leme Weiss alerta: a multiplicação da preguiça intelectual logo, logo, cobra seu preço. “A gente corre um risco de uma geração medíocre, de uma geração mediocrizada. De querer tudo rápido, tudo fácil, só que o mercado de trabalho não vai aceitar isso. A vida não aceita isso”, avalia Alba Maria.
Os computadores estão chegando. O Governo Federal já começou a distribuir laptops para alunos da rede pública. A meta é fornecer, nos próximos anos, equipamentos para 300 escolas em todos os estados do Brasil, mas só as máquinas.
Simão Pedro Marinho, consultor do Ministério da Educação, deixou claro de quem será a responsabilidade de transformar a geração ‘copia e cola’ em uma turma mais criativa. “Quem vai fazer essa história são as escolas. Não tenha dúvida, são as escolas. As escolas farão a mágica que puder fazer. E cada mágica no seu contexto”, ele alega.
De cada 100 brasileiros, apenas 30 usam a internet para estudar e só quatro fazem cursos à distância pelo computador. Nesta quinta, você vai saber se estamos preparados para as conseqüências do uso de tanta tecnologia.
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Para aqueles que gostam de discutir sobre o assunto Educação, ficaria muito grato de receber comentários e até abrir um grupo de discussão a respeito.
Um grande abraço
Tomás Vásquez
http://www.tomasvasquez.com.br